Carnaval de rua

Fred Jordão

Janeiro a Fevereiro de 2013

Para ser folião, no tempo do reinado de Momo, o palco ideal é a rua, o beco, a esquina, ou aquela praça com a luz do dia a dia. É preciso ter um sentimento muito particular que está no sonho de cada um. Para ser folião é preciso encontrar a habilidade de falar com o corpo, e nele depositar cor, forma, volume, movimento; e, em especial, ter uma alegria poética, sensual e sexual; e também cômica e dramática.

Isso é a fantasia. E a invasão do personagem na pessoa. O personagem impera nos sentidos. Ele promove um texto, uma ação, e fala tudo aquilo que vai além da palavra. O corpo fala de forma própria, criativa e dominante, sobre esse destino traçado por Momo, um rei que exige total fidelidade do folião. Pois cada um terá seu papel na festa. Para ser folião é preciso estar na rua para ser apreciado ou para ser engolido pela massa humana que está faminta pela liberdade da festa.

Texto Curatorial de Raul Lody Curadoria de Simonetta Persichetti