A persistência da paisagem

Antonio Mendes

Setembro a Outubro de 2012

A pintura de paisagem é a categoria de arte onde o artista pode criar com mais liberdade, o Impressionismo nos indica isto. É claro que  falamos em liberdade, falamos em modernidade, pois a pintura de paisagem acadêmica, embora encantasse o olhar desde o Renascimento  era, sobretudo, usada para compor os retratos e figuras religiosas, que eram as mais prestigiadas formas de pintura, manteve-se como um pouco mais do que uma técnica documentarista ou ilustrativa da visão real do panorama. Somente na modernidade, ou melhor, depois dos ingleses William Turner e John Constable, e os franceses Camille Corot e Alfred Sisley precursores do impressionismo, é que a paisagem se libertou assumindo sua própria importância como arte autônoma, deixando de ser um apêndice da história ou um instrumento do mercado dos conquistadores do Além Mar. Certamente o aparecimento da fotografia apressou este processo  a substituiu na sua função de documentar.

Curadoria de Raul Córdula

Catálogo da exposição